terça-feira, 27 de março de 2012

A poesia prometida: de Florbela Espanca - Amar

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca

Existem amores, realmente, imprescindíveis?

Bem, ao ler uma poesia de Florbela Espanca e após algumas conversas entre amigos me deparei com a seguinte questão: Há algum amor realmente indispensável ou imprescindível às nossas vidas, ou sempre é possível esquecer alguém e encontrar um outro amor tão importante quanto ou mais importante que o antigo?.
Há quem diga que os homens não sofrem muito à perda de um amor, à perda de uma mulher com quem tenha se relacionado, ao passo que as mulheres passam meses e até anos pensando no amor perdido. Há aqueles que se relacionam sempre, com várias pessoas diferentes, mas que nunca esquecem um amor antigo (afirmando que este foi único na sua vida) e há aqueles que cada novo amor parece ser o único, o verdadeiro, ou mais importante.
Enquanto alguns estão sempre "correndo atrás" da mesma pessoa, com rompimentos e voltas intermináveis por acreditar que aquela pessoa é absolutamente imprescindível, outros simplesmente não conseguem ficar atrelados a uma só pessoa por muito tempo. E ampliando a questão: há os que não conseguem esquecer facilmente e aqueles que não conseguem ficar por muito tempo lamentando o amor perdido!!! Qual o melhor jeito de viver, de sentir? Qual deles gera menos sofrimento? mas devemos mesmo viver buscando tornar o sofrimento o menor? a questão fica aberta a discussões... e envio a poesia de Florbela Espanca para uma melhor reflexão...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sobre amores frustrados...

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade